segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Atriz brasileira de "A filha do mal" teve apenas uma semana para se preparar

Fernanda Andrade estreia no cinema como protagonista do filme de terror

Fonte: EPTV

"A filha do mal", filme que estreia nesta sexta-feira (3) nos cinemas do Brasil, assustou as bilheterias norte-americanas tanto quanto seus espectadores quando chegou às telas daquele país - sem que ninguém esperasse, foi direto ao topo da lista de mais vistos, derrubando a superprodução "Missão: Impossível 4", estrelada por Tom Cruise. Mas, antes disso, quem levou o susto foi a atriz brasileira Fernanda Andrade que, depois de dois testes, foi escolhida para estrelar em um longa-metragem de cinema já como protagonista - e com apenas uma semana para se preparar.

O filme conta a história de Isabella Rossi (Andrade), uma mulher que busca descobrir a verdade sobre a mãe, Maria (Suzan Crowley), que mata três pessoas durante um ritual de exorcismo.


Fernanda, que já havia participado de seriados norte-americanos como "Anjos caídos" ("Fallen") e "CSI", faz seu primeiro longa-metragem no cinema sob um tema "pesado", como ela mesmo descreve. Para se preparar em tão pouco tempo, recorreu a livros e à internet.

"Usei muito o YouTube para ver clipes de pessoas possuídas e, principalmente, para identificar a diferença entre ataques epiléticos e casos de possessão. Também ouvi muito a gravação do exorcismo de Anneliese Michel (que inspirou o filme 'O exorcismo de Emily Rose'), que é apavorante e incrível ao mesmo tempo", destacou a atriz paulista de 26 anos, natural de São José dos Campos.

Nos Estados Unidos desde os 11 anos — ela mudou-se com a família por conta de uma transferência profissional do pai para Miami —, Fernanda já trabalhou ao lado de gente famosa, como o ator Andy Garcia; estudou balé e jornalismo; e agora está de olho nas produções nacionais para a telona.

Em entrevista por telefone, de Los Angeles, e com exclusividade para o G1, Fernanda Andrade revela curiosidades sobre os bastidores de "A filha do mal" (que já arrecadou mais de US$ 50 milhões nos EUA) e conta da contade de fazer cinema no Brasil.

G1 - Como surgiu a oportunidade de fazer este filme? O que a fez aceitar o papel?

Fernanda Andrade — Fiz um teste há uns dois anos, com uma das cenas do filme, mas ainda sem o roteiro. Então, me chamaram para fazer um segundo teste, em uma outra cena. Depois disso, o diretor (William Brent Bell) pediu para conversar comigo. Só então pude ler o roteiro. E foi aí que me animei. Percebi que era uma coisa diferente. Uma semana depois, já estávamos filmando em Bucareste.

G1 — Você passou por algum tipo de preparação?

Fernanda — Como disse, não tive muito tempo, apenas uma semana. Mas vários fatores ajudaram bastante. Por exemplo: o diretor sugeriu que lêssemos um livro chamado “Interview with an exorcist” (“Entrevista com um exorcista”). Parece bobagem, mas foi algo que ajudou bastante. Foi um exorcista mesmo quem escreveu o livro. E foi importante, porque cresci num ambiente bem católico, com todos esses termos flutuando. Eu achava que entendia, mas isso acabou quando comecei a pesquisar, ler o livro e ouvir as entrevistas que o William estava fazendo com exorcistas de verdade. Consegui entender muito melhor esse mundo e essa lente com a qual eles enxergam o “demônio”, “anjos”, “Deus” e tudo isso.

G1 — A internet ajudou durante essa pesquisa?

Fernanda — Sim, usei muito o YouTube para ver clipes de pessoas possuídas e, principalmente, para identificar a diferença entre ataques epiléticos e casos de possessão. Também ouvi muito a gravação do exorcismo de Anneliese Michel (que inspirou o filme “O exorcismo de Emily Rose”), que é apavorante e incrível ao mesmo tempo. É marcante, quer você acredite ou não.

G1 — Você sentiu medo em algum momento durante as filmagens? Algo te impressionou?

Fernanda — Acho que, em geral, o tema já é bastante pesado, mas uma parte foi mais difícil e bem apavorante: a cena do exorcismo da Rosa (Bonnie Morgan), onde ela aparece toda retorcida numa cama, num porão. Esse porão ficava embaixo de uma mansão abandonada em Bucareste. Não sei o que tinha naquele lugar, mas, desde que entrei ali, senti uma coisa muito esquisita. Não sei se estava num dia ruim (risos), mas sei que não foi legal.

G1 — É verdade que você só conheceu Suzan Crowley na cena em que Isabella e Maria se reencontram?

Fernanda — É sim. Aquela cena foi filmada num hospital de animais abandonado, que por si só já era um lugar muito esquisito. O diretor achou melhor não nos conhecermos até aquele momento. Também achei isso superlegal, ajudou muito. E eu nunca tinha visto Suzan. Então foi um momento muito forte. Acho que ajudou aos dois lados.

G1 — Qual a diferença básica entre "A filha do mal" e os demais filmes de exorcismo?

Fernanda — Acho que este filme traz algo completamente diferente, que é a intenção fazer um relato autêntico e honesto de como seria uma sessão de exorcismo se você a testemunhasse. Os outros filmes passam um lado sensacionalista. Acho que a intenção do William e do Matthew Peterman (roteirista) foi exatamente documentar e relatar a história dessa menina, a Isabella, entrando neste mundo. É como se o espectador tivesse entrado no quarto com ela, acho que essa é a experiência de se assistir ao filme.

G1 — Por que você acha que filmes do gênero fazem tanto sucesso?

Fernanda — Acho que todo mundo tem um interesse muito grande nas coisas que a mente humana não consegue explicar. É uma jornada pela qual todo ser humano passa, seja rapidamente ou pela vida inteira. No fundo somos seres limitados, e muita coisa a gente não entende. Acho que estes temas sempre serão enredo para histórias e filmes. Porque são perguntas que vamos sempre refazer.

G1 — Como você passou a encarar o assunto depois do filme?

Fernanda — De uma maneira muito diferente. Achava que entendia esses termos e ideias, mas realmente tive que limpar tudo. Porque a Isabella estava entrando neste mundo com muita esperança, esperança de resgatar a mãe, resgatar ela mesma, talvez. Então acho que tive que olhar tudo isso de um jeito muito diferente.

G1 — Você tem vontade de fazer cinema no Brasil?

Fernanda — Tenho muita vontade. Sou muito fã do José Padilha e do Fernando Meirelles. O Selton Mello ainda não chegou até aqui (risos), mas também dou muito fã do trabalho dele. Estou aberta. Sempre quis fazer filmes em português e trabalhar por aí. Estou abrindo essas portas e confiando no que vier.




















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